Moção de Repúdio ao descaso do Governo Federal com a preservação da Amazônia e com a População Indígena

São inúmeros os relatos de queimadas, desmatamento, grilagens de terra, criação de garimpos ilegais e impróprios na Amazônia. Também são inúmeros os relatos de vidas indígenas ceifadas com a invasão de suas terras legalmente instituídas e ameaças sofridas, por resistirem aos invasores.

Segundo o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena e pelas organizações indígenas de base da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil-APIB, já somam 25.415 casos confirmados e 678 indígenas mortos pelo COVID-19 (https://covid19.socioambiental.org/).

Também, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) o mês de julho de 2020 acabou com uma alta de 28% no total de focos de incêndio na floresta (http://www.inpe.br/noticias/?chave=queimadas).

É real que a Amazônia e sua população indígena entram no caminho dos lucros a qualquer preço, e é real que o atual governo federal flexibiiza e facilita o desmatamento e o genocídio dos Povos Indígenas para atender ao lucro de empresas que não tem compromisso com a preservação do meio ambiente.

Infelizmente não vemos nenhuma proposta do governo de superação dessa
tragédia, pelo contrário, o que fica evidente é o descaso que se reflete nas posturas preconceituosas e sem embasamento científico do ministro do Meio Ambiente, que afronta a Constituição Federal e a construção histórica dos povos indígenas e tradicionais.

Portanto, Nós, assistentes sociais reunidas/os no encontro descentralizado CFESS/CRESS da Região Norte, não suportamos mais esse genocídio contra nossa população indígena e denunciamos as suas mortes e o desmatamento crescente da Amazônia, que trazem expressões da questão social para a floresta e que devem ser refletidas em todo o Brasil.

Nós, assistentes sociais nortistas não pactuamos com esse governo genocida!
Assim, repudiamos a realidade de extermínio cotidiano dessa população e da nossa floresta. Exigimos respostas imediatas e urgentes do Estado brasileiro. Exigimos políticas públicas efetivas de enfrentamento a essas violências.

Enquanto esta realidade for negada ou menosprezada pelas autoridades públicas, nós não descansaremos em nossas ações por mais dignidade e respeito aos povos da Amazônia.

Pela vida da Floresta! Vidas indígenas importam! Há vida na Amazônia e elas
importam!

Porto Velho (RO), 16 de agosto de 2020.
Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS da Região Norte

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